UFC - Universidade Federal do Ceará
Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados
Divisão de Planejamento e Ensino
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2
Turma: T-21 - MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 03 - Atividades Portfólio e Chat - Análise dos 5 Pilares de Paulo Freire para a Comunicação
Coordenação - Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Lara Silva
Data: 14/11/2012
- Qual a sua análise dos cinco pressupostos de Paulo Freire ?
Os pressupostos da educação, amor, humildade, fé nos
homens, esperança e pensar crítico, apontados por Paulo
Freire são conceitos simples, muitos de nós não precisamos refletir muito para
defini-los. Por isso esta tarefa seja tão árdua! São termos que fazem parte de
nosso vocabulário cotidiano. Mas por que eles servem de pilares para a educação
se são tão simples e corriqueiros? A educação, ao contrário, não exige
conceitos sofisticados e elaborados de tal forma que dêem conta de sua
complexidade e importância?
É nesse aspecto que reside a genialidade de Paulo Freire. Não é preciso
complicar para entender conceitualmente e trabalhar de forma prática com a
educação. É preciso diálogo. De maneira simples, Paulo Freire chama atenção
para o compromisso que a prática educativa cobra de nós, educadores. O
exercício da profissão de educador exige determinadas posturas que são
incompatíveis com os que escolhem esse ofício apenas por motivos financeiros. (E
sabemos que ser professor no Brasil não é sinônimo de ser bem sucedido
economicamente! Que paradoxo!).
É preciso amor para ser professor (e bons salários também!) e mais
do que isso usar esse amor para comunicar-se com os alunos, adotar a humildade
como referência de postura, pois não somos os donos do conhecimento e se a
prática educativa é dialógica, sempre temos algo a aprender com quem ensinamos.
Esse aprendizado diz respeito a fé nos homens que nunca devemos perder,
fé na sua capacidade de escrever a própria história e mudar o rumo dos
acontecimentos. É também ter esperança de que a educação tem um papel
revolucionário e transformador e que por ela é que será generalizado um pensar
crítico tão essencial para a consolidação de uma democracia plena.
Se enquanto educador, ao me deparar com essa discussão promovida por Paulo
Freire eu sou incapaz de sentir uma agitação no peito, então estou na profissão
errada. Tenho toda consciência de que teoria e prática divergem (ainda bem!),
mas não há como não se comover com todo esse amor a causa da educação.
- Quais os vínculos dos pressupostos com
as suas realidade em EaD ?
Os cinco pressupostos da educação elencados se relacionam com a Ead na
medida em que a postura de educador deve ser a mesma independente do ambiente
em que acontece, seja real ou virtual. Nesse sentido, no exercício da tutoria é
importante adotar como postura os pressupostos citados.
É preciso ter consciência da especificidade da relação entre
aluno-professor que se estabelece na educação a distância, mas não vejo
empecilhos para praticar ações tendo como norte o amor, a humildade, fé nos
homens, esperança e o pensar crítico.
- Como posso dialogar se alieno a ignorância, ou seja, se vejo a ignorância sempre no outro e nunca em mim ?
Segundo Paulo Freire ao adotar essa postura colocamos um obstáculo na comunicação entre educador e alunos. Portanto, não há diálogo e sim monólogo! Estabelece-se assim, a “educação bancária”, ou seja, os alunos fazem o papel de “depósitos” onde nós, os educadores, enchemos de conceitos e teorias pouco ou quase nada relacionados com os cotidianos dos alunos. Freire diz que
O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas,
invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que
não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como
processos de busca. (FREIRE, 2005, p.67)
- Como dialogar, ou como aplicar o diálogo defendido por Paulo Freire, e com qualidade num ambiente virtual ?
Procurando mostrar disponibilidade para os alunos, tanto em tirar dúvidas quanto a ajudar no processo de construção do conhecimento, motivando-os sempre, seja em situações bem sucedidas ou em dificuldades. Manter uma comunicação freqüente, seja por email, mensagens ou telefonemas, também me parece uma forma de dialogar, literalmente, com os alunos.
- Você já aplica os pressupostos de Paulo Freire em sua prática pedagógica com seus alunos em EaD ? ;
Não. Estou tendo contato com a proposta freireana somente agora. Espero que nas próximas tutorias possa fazê-lo!
- Durante a leitura desta aula você lembrou algum exemplo que envolvesse um dos elementeos da dialogicidade ? Qual?
Se entendermos dialogicidade, de forma simplória, como sinônimo de diálogo é possível ver os conceitos que a compõem tomar forma ao pensarmos nas trocas de mensagens com os alunos nos AVA (ambiente virtual de aprendizagem). Nessas situações o diálogo tem que ser claro, humilde, aberto a contribuições e não conter posturas arrogantes. Equívocos ou pedantismo podem afastar os alunos, além de estabelecer uma relação de dominação entre tutor e alunos.
Referências
FREIRE, Paulo.Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005
SOUZA, Ana Inês (org.). Paulo Freire: vida e obra. São Paulo, Expressão Popular, 2010.
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